INFRAESTRUTURA EM DESTAQUE - 03/11/2025
- liviatoledo5
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Destaques do Dia
03/11/2025
João Pedro Boskovic Cortez joao.cortez@vallya.com
Alan da Mota Penteado Rafaini alan.rafaini@vallya.com
Setor privado impulsiona crescimento de investimentos em infraestrutura: O Brasil vive um novo ciclo de crescimento em investimentos em infraestrutura, impulsionado pelo setor privado e pela expansão de concessões e Parcerias Público-Privadas (PPPs). Conforme a Associação Brasileira da Infraestrutura e das Indústrias de Base (Abdib), os aportes devem crescer 3% ao ano em termos reais, alcançando R$ 280 bilhões em 2025 e R$ 300 bilhões em 2026. Desse total, R$ 234,9 bilhões virão da iniciativa privada, com alta de 10,7%, enquanto os recursos públicos foram reduzidos para R$ 45,1 bilhões (7%). Segundo a Abdib, o país vive um “círculo virtuoso de investimentos” em setores com regulação sólida e projetos bem estruturados, como rodovias e saneamento. O Novo Marco Legal do Saneamento (Lei nº 14.026/20) segue sendo o grande motor dessa expansão, desde 2020, 66 leilões foram realizados, somando R$ 370 bilhões em investimentos. Em transportes e logística, o investimento deve atingir R$ 76,5 bilhões em 2025, sendo R$ 53,6 bilhões privados. Desde 2023, 17 leilões rodoviários foram realizados, mobilizando R$ 115 bilhões em contratos de 30 anos. No setor portuário, já foram realizados 22 leilões, com R$ 12 bilhões em investimentos. Neste momento, as perspectivas são positivas com o pipeline nacional com 495 projetos, totalizando R$ 750 bilhões em potenciais investimentos, especialmente, em mobilidade urbana, transporte e saneamento. Por outro lado, a participação pública segue limitada, pois o orçamento de 2026 prevê apenas R$ 52,9 bilhões para o PAC, queda de R$ 7,6 bilhões em relação a 2025. (Valor Econômico)
Leilão de saneamento em Pernambuco desperta interesse de nove grupos: Em dezembro (18), o Governo do Estado de Pernambuco realizará o leilão de duas concessões regionais de água e esgoto, na Bolsa de Valores (B3), em São Paulo (SP). O projeto foi estruturado em dois blocos com investimentos estimados em R$ 19 bilhões. O modelo prevê contratos de 30 anos e adoção de critérios híbridos de disputa: os concorrentes poderão ofertar até 5% de desconto sobre a tarifa, caso haja empate, um prêmio de outorga. Para o bloco da Região Metropolitana do Recife, que abrange 150 municípios e o arquipélago de Fernando de Noronha, o valor mínimo da outorga foi fixada em R$ 2,2 bilhões, com previsão de R$ 15,4 bilhões em obras. Já para o bloco do Sertão, que é formado por 24 cidades, a oferta mínima será R$ 87 milhões, com a estimativa de R$ 2,9 bilhões em investimentos. Os projetos despertaram o interesse de operadoras e fundos de investimento, incluindo Aegea, Equatorial, Sabesp, Acciona, Pátria, Vinci Partners, Opportunity, BRK Ambiental e Águas do Brasil, segundo fontes do mercado. Contudo, apesar do entusiasmo, há desafios estruturais a serem considerados, especialmente quanto à disponibilidade hídrica. Em grande parte das cidades, a produção de água permanecerá sob responsabilidade da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). O modelo é visto como um risco operacional, principalmente em cenários de estiagem. (Valor Econômico)
Indicadores da ANTT apontam redução na movimentação ferroviária em setembro de 2025: De acordo com os dados divulgados pela Agência Nacional de Transportes Terrestre (ANTT), no mês de setembro, o nível de atividade em ferrovias concedidas reduziu -10,90%, em relação ao mês de agosto de 2025.
Concessionárias
Na mesma base de comparação, os indicadores de movimentação ferroviária de setembro em relação a agosto apontam retração de 10,9% na movimentação total. Entre as concessionárias, registraram queda a Vale (-11,54%), MRS (-6,69%) e VLI (-15,08%). Por outro lado, apresentaram crescimento a Transnordestina (1,25%), FTC (3,12%) e Ferroeste (48,02%), destacando-se esta última com expressiva alta no volume transportado. Ao comparar setembro com o mesmo período do ano anterior, observou-se uma redução de 16,38% na movimentação total ferroviária. Entre as concessionárias, registraram crescimento a Vale (0,17%), MRS (7,97%), VLI (7,54%) e FTC (2,74%), enquanto apresentaram retração a Transnordestina (-6,69%) e Ferroeste (-7,94%), refletindo desempenho desigual entre os operadores do setor. No acumulado de 2025, em relação ao mesmo período de 2024, a movimentação ferroviária apresentou crescimento de 2,65%. Entre as concessionárias, destacaram-se com variação positiva Vale (11,91%) e MRS (0,92%), enquanto registraram retração VLI (-7,46%), Transnordestina (-2,34%), FTC (- 2,02%) e Ferroeste (-17,44%). A concessionária Rumo não teve os dados divulgados.
Insumos monitorados
Em relação ao mês imediatamente anterior, a movimentação de insumos apresentou retração de 10,91%, acompanhando o desempenho negativo observado entre as concessionárias. Os principais produtos com redução foram Minério de Ferro (-10,54%), Soja (-31,05%), Farelo de Soja (-20,92%), Celulose (-20,18%), Açúcar (-5,3%), Contêiner (-6,15%), Óleo Diesel (-1,68%), Milho (-2,98%) e Outros (- 2,33%). No acumulado de 2025, em relação ao mesmo período de 2024, a movimentação total de insumos apresentou leve alta de 0,05%. No entanto, a maior parte dos produtos registrou retração, com destaque para Milho (-68,03%), Açúcar (-23,08%), Contêiner (-20,93%), Farelo de Soja (-20,36%), Óleo Diesel (-11,89%), Outros (-14,11%) e Soja (-2,43%). Por outro lado, apresentaram crescimento Celulose (20,76%) e Minério de Ferro (8,97%). No acumulado de 2025, em relação ao mesmo período de 2024, a movimentação total de insumos apresentou leve alta de 0,05%. Entre os produtos com desempenho positivo destacam-se Minério de Ferro (8,97%) e Celulose (20,76%), enquanto Soja (-2,43%), Milho (-68,03%), Farelo de Soja (-20,36%), Óleo Diesel (-11,89%), Açúcar (-23,08%), Contêiner (-20,93%) e Outros (-14,11%) registraram retração, refletindo uma desaceleração generalizada na movimentação de cargas agrícolas e industriais ao longo do ano.
Outras notícias
Neste ano, o setor de saneamento privado consolidou as debêntures incentivadas como um dos principais instrumentos de funding para financiar seus investimentos, especialmente, após o fortalecimento do mercado de capitais e o avanço das concessões e Parcerias Público Privadas (PPPs). A Aegea Saneamento, maior operadora privada de saneamento do país, responsável por atender mais de 860 cidades brasileiras, exemplifica esse movimento ao captar cerca de R$ 15 bilhões por ano. Em agosto, o mercado secundário de debêntures movimentou R$ 25,9 bilhões, reforçando a liquidez do instrumento. Em 2025, o total de emissões de debêntures incentivadas alcançou R$ 113,6 bilhões, com R$ 10 bilhões aplicados por pessoas físicas e R$ 45,5 bilhões por fundos. O instrumento, antes concentrado no setor de energia elétrica, agora se expande para saneamento e transporte, trata-se de um instrumento eficiente ao financiamento privado da infraestrutura. (Valor Econômico)
Na semana passada (29), o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) confirmou que o julgamento do mérito da ação civil pública que questiona a norma de adaptação das concessões do Serviço de Telefonia Fixa Comutada (STFC) ao regime privado, será realizado entre os dias 03 e 05 de dezembro de 2025. Em uma ação, movida por diferentes agentes, ocorre a contestação dos critérios de cálculo do valor econômico das concessões e dos bens reversíveis, alegando que os ativos públicos vinculados ao serviço deveriam ser integralmente considerados antes da conversão dos contratos. Caso o TRF-1 acolha o parecer e julgue procedente parte das alegações, as obrigações assumidas pelas concessionárias Oi, Vivo, Algar e Claro poderão ser revistas, com potencial impacto bilionário ao setor de telecomunicações. (Telesíntese)
Na última quarta-feira (29), o Ministério dos Transportes confirmou que o novo leilão de concessão dos trechos da BR-324 e BR-116, ambas no estado da Bahia, será realizado apenas em 2026, após a conclusão das etapas de análise técnica e revisão do edital. Até a próxima concessão, as rodovias serão administradas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Neste momento, o documento que define as diretrizes da nova concessão, o modelo operacional e as condições da desestatização foi encaminhado ao Ministério dos Transportes e, uma vez aprovado, seguirá para análise do Tribunal de Contas da União (TCU), última etapa antes da publicação do edital e da definição da data do leilão. Segundo estudos prévios, o investimento total da nova concessão deve alcançar R$ 23,7 bilhões. (Correio 24 horas)
Na semana passada (31), a Prefeitura Municipal de Marília (SP) abriu consulta pública para o projeto de Parceria Público-Privada (PPP) destinado à implantação de uma usina de biogás e recuperação energética dos resíduos sólidos urbanos. A iniciativa faz parte do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Conforme o documento, estudos de viabilidade técnica, econômica e jurídica apontaram ganhos ambientais, financeiros e sociais relevantes com a adoção do modelo de PPP. O projeto prevê a instalação de uma Usina de Recuperação Energética (URE) capaz de reduzir emissões de gases de efeito estufa, gerar novas fontes de receita, diminuir custos operacionais e promover o desenvolvimento sustentável. A consulta pública busca receber contribuições da sociedade e do setor privado antes da estruturação final do edital de concessão. (Marília Notícias)
Painel Infra Mensal



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